"Um conjunto de peixes, guppies, foram agrupados em tímidos, vulgares e corajosos, dependendo da sua reacção de fuga ou enfrentamento perante um outro peixe predador. Os peixes designados por tímidos caracterizavam-se por se esconderem ou nadarem para longe, ao contrário, os corajosos mantinham-se no local onde se encontravam e enfrentavam o congénere ameaçador. Cada um destes grupos de peixes foi deixado no aquário com o predador. Após 60 horas 40% dos guppies tímidos estavam vivos e o mesmo aconteceu a apenas 15% dos classificados como vulgares. Todos os corajosos foram convertidos, durante este período, num suplemento alimentar para o peixe predador".
Soares, I. (Coord.) (2000). Psicopatologia do Desenvolvimento: Trajectórias (in)Adaptativas ao Longo da Vida. Coimbra: Quarteto
Esta experiência realizada por Lee Dugatkin, da Universidade de Louisville, e descrita por Nesse & Williams (1994) demonstra claramente o quanto é importante ter medo.
O medo desempenha uma função indispensável para a nossa sobrevivência, uma vez que é ele que despoleta o comportamento de fuga perante uma situação de perigo ou ameaça.
Quer ao longo da evolução quer ao longo do processo de desenvolvimento, o Homem viverá sempre com o medo lado a lado. O medo acompanha o Homem desde sempre, sendo mesmo possível falar em medos típicos, em função da etapa de desenvolvimento em que este se encontra.
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